Capítulo 26

Margareth não sossegou mais, o quadro de avisos de aventuras era seu point agora. Fizemos várias missões pequenas. Entregamos pedras, joias, peixes, insetos. Estava me sentindo entregador, mas os pagamentos eram bons e ainda conhecíamos mais lugares e pessoas. Mas isso não a estava animando, queria mais. Queria uma aventura empolgante e não desistia de procurar. Uma boa que achamos foi de visitar alguns lugares e nos reportar sobre o que vimos. Infelizmente só podíamos ir até pouco mais que a entrada, pois não nos davam chaves para abrir os locais. Mas como turistas estava sendo ótimo. Pedrinho fotografava tudo, teria muito o que contar na escola. 
Ela tanto procurou que conseguiu um trabalho em um a tumba. O lugar era lindo. enorme. E ela ia a frente, desbravando tudo. Eu tinha que ficar avisando para ter cuidado, olhar onde pisava, não ser tão afoita. Uma armadilha podia surpreende-la a qualquer momento. Como ela é corajosa. A primeira surpresa desagradável veio em forma de muitos insetos nojentos em um buraco na parede. 


Logo ela que detestava insetos. Mas ela não desanimou, conseguiu desarmar as armadilhas que aliás nem eram perigosas, soltavam jatos d'água, ainda bem. Mas era bem quentinha a água. 
Daí por diante ela continuou resolvendo tudo, mas os buracos eram por minha conta. Muito justo, né? 
A certo ponto estávamos todos cansados e não achávamos como abrir todas as passagens e ela foi ficando irritada.
- Não aguento mais esse lugar. 
Pedrinho estava abatido, devia ser cansaço, mas quando ela foi verificar o que ele tinha notou que estava febril. Foi a deixa para irmos embora. E foi na hora certa, o lugar era enorme e um verdadeiro labirinto, mais um pouco e ficaríamos perdidos. Devia ser por isso que não havia nenhuma armadilha perigosa até ali, o próprio local já era uma armadilha. Penamos um pouco, mas conseguimos achar a saída. fiquei sabendo que era neste mesmo local que se encontrava o machado de Pangu. Sim, o machado de Pangu, eu não tinha ideia da história de tal machado então me disseram que sem ele não poderíamos passar por enormes rochas que haviam em muitas tumbas. Então ele era importante e seria ótimo encontrá-lo. Mas nossa estadia na China já estava chegado ao fim e com Pedrinho adoentado nossa opção era deixar as aventuras para outra oportunidade. Aliás ele também se mostrou um excelente  aventureiro, encontrando moedas e outros tesouros. 
Levamos Pedrinho pra casa, Margareth o mandou tomar um banho e trocar-se, mas ele ainda não queria se deitar, queria antes ouvir uma história, então resolvi contar minha aventura no Egito. Da perigosa cobra que eu dominei, encantando com uma flauta.

Da múmia do faraó que saindo de seu sarcófago veio em minha direção e me atacou. E de como lutei bravamente.

Encarando a morte iminente.

Eu a derrotei.

Pedrinho ficou impressionado, ao final perguntou se aconteceu de verdade e confirmei, tinha testemunha, o Francis que chegou logo depois de eu ter abatido a múmia com minhas próprias mãos. (a história foi quase essa, não é caros leitores? Não era uma mentira, afinal. Não completamente e preocupar o menino com o fato de quase fui transformado em múmia e morreria em poucos dias não parecia correto. Só dei um brilho no ocorrido. Também não quis assustá-los com o fato da cobra ter me picado. 😀)


Pela manhã fizemos nossa refeição e nos preparamos para voltar para casa. A estadia tinha sido ótima, mas era hora de ir embora. 

 
Nos despedimos da bela casa. Não sabíamos ainda, mas aquela era mesmo uma despedida, pois Francis planejava vender a casa já que pouco ia até a China nos últimos anos e coo ele nos contou depois: gostava do movimento nos alojamentos.

Demos uma última passada no Jardim do Sábio para nos despedirmos da China e levar aquela bela imagem em nossas lembranças e celulares, é claro. 

Nosso espírito aventureiro apenas tinha começado a aflorar e claro que iríamos em alguma outra oportunidade dar continuidade a nossas aventuras. Mas no momento tínhamos que ir para casa. Até pensei em incluir Margareth em algum trabalho meu como detetive e falei com ela. Ficou muito empolgada. Quando fosse um trabalho legal ela ia querer mesmo participar. 
- Posso pegar casos menores pra começar.
- Claro. - concordei e já via que seríamos uma dupla. 
Acho que essa foi a lua de mel mais agitava que alguém poderia ter.